quarta-feira, 28 de maio de 2014


Guardo

Guardo o teu rosto angelical nos sinais de dedos
O  respirar nas ondas das batidas do meus coração
Os passos macios... Apresados... Invisíveis...
As torcidas em jogos do Flamengo... Da Seleção...
Conversas nas tardes ensolaradas ou ao telefone
As gargalhadas inocentes que a rotina  roubou
A meiguice do primeiro encontro, Ah! Primeiro encontro.
Cheiro amadeirado, um cheiro inebriante que alucina
O jeito de adormecer no descanso de um sorriso
Os arrepios de desejos dos beijos teus
Os nãos sei... A mudez do dia-a-dia... As desconfianças...
A saudades em dores... Os pêsames dos amados seus...
Guardo no meu coração com toda delicadeza
Os momentos que marcaram o meu amor
Mas, o tempo é de adeus para sua felicidade...


Dila Anizete

sexta-feira, 23 de maio de 2014


Lágrimas

Ah! Aquelas cartas que não lhe enviei
Estão embaladas num de laço de fita  
Aconchegadas na ternura de uma gaveta
As letras amareladas na essência do tempo.

Guardam um amor que veio com o amanhecer
Emoções de beijos  com gosto de avelã
Felicidade em dança com os raios do  lirismo...
Um coração a pulsar no toque lúdico das carícias

Arco íris coroando os sorrisos de saudades
Muitos, amo-te... Quero-te... Desejo-te...
Foram lançados  as lágrimas de solidão
E a viuvez de uma união jaz no esquecimento...


Dila Anizete 

quinta-feira, 22 de maio de 2014


Ventos da vida

Nas noites da pequena cidade, Marcolândia-PI.
Animadas conversas simples entoa as noticias
Que o vento  agradável leva pelas as esquinas
Nas madrugadas, cruvianas assovia as esperanças.

A brisa acaricia a alma e energiza os sonhos
Dos filhos teus, um irradiante amanhecer
Saboreando as areias que enrosca no ar
De coração liberto recebe a Casa dos Ventos...

As ondas de ventos traz a cor de miscigenação
Que transcender serras e montanhas...
Um parque eólico, uma nova canção aos ventos
Um respirar em hélice brancas a brilhar em luzes

No vibrar do tempo a visualização de momentos
Importantes nos capítulos da historia de Marcolândia.
"Ventos, ventania" nas revoadas da morada deixe-me aqui
Onde o povo é bravio e não abala-se com batalhas da vida

Destreza dos alísio diz: bem vindo, eternos ventos...
Que enfeitiça folhas secas nos orvalhos do destino
No frescor de superações tudo será calmaria...


Dila Anizete 

sábado, 3 de maio de 2014


ACONTECEU COMIGO

Madrugada fria, embalada nos braços do amor...
Uma sensação que há muito não sentia... Há muito não sentia!
Embargada por turbilhões de emoções, o sono não vinha
No compasso da respiração fui flutuando levemente...
Estranho, não é sonho e muito menos os pesadelos amigos!
As mãos movimentam-se em um balé desencantado...
Os deuses clamados no eterno e lívido silêncio não vêm!
O coração não sentia o pulsar da vida, o ar sorrateiro faltava-me...
Na angustia do desespero, pensei, falei ---  Estou morrendo!!!
--- O que está acontecendo? Não sinto nada, estou adormecida.
Quando a esperança ia embora,  a Vida começa a me massagear:
E retorno as cores ,ainda que plácidas. Mas o sono foi embora...

Não tenho medo da morte, até porque não adianta ter...
Que ela venha e que brindemos à vida que se vai...

Dila Anizete

quinta-feira, 1 de maio de 2014


COMO?

Como sair de uma situação onde os sentimentos estão no esgotamento das emoções e são gladiados nas mágoas de lembranças doloridas? Onde a vida é superada pelas adversidades dos “nãos”? Onde a razão de viver está no compasso de passos do cansaço e as palavras ficam presas nas claves das correntes do cale-se?
O amanhecer é angustia no pesar infinito, o sentido de tudo voa na melancolia ausente, as melodias anseiam por harmonias, o elo entre o amor e afeto paradoxalmente desaparecem, a consciência mergulha em um mar vermelho de incoerências, diálogos e opiniões jazem na solidão do isolamento, o choro verte espontaneamente em lágrimas gélidas, o tempo furta sorrateiramente  à liberdade de ser ou não ser, os fragmentos da alma são espalhados em caminhos sem destinos, os sonhos são enterrados em ruínas seculares de olhares sem brilho.
Como sair de uma situação onde o espelho é reflexo de dores consentidas e os impulsos são impaciências tresloucadas? Onde os sorrisos são levados por ondas mortais de dúvidas? Onde a inutilidade mora no ócio de abismo do medo e a verdade sutilmente foi desvendada pela ilusão? Ah, como viver no marasmo da apatia de dias sem afeto? Onde está a flexibilidade dos jardins? Quantas dormências nos desejos secretos? Quantas promessas ficam no “não merece”? --- Quantas perguntas...

Dila Anizete