quinta-feira, 1 de maio de 2014


COMO?

Como sair de uma situação onde os sentimentos estão no esgotamento das emoções e são gladiados nas mágoas de lembranças doloridas? Onde a vida é superada pelas adversidades dos “nãos”? Onde a razão de viver está no compasso de passos do cansaço e as palavras ficam presas nas claves das correntes do cale-se?
O amanhecer é angustia no pesar infinito, o sentido de tudo voa na melancolia ausente, as melodias anseiam por harmonias, o elo entre o amor e afeto paradoxalmente desaparecem, a consciência mergulha em um mar vermelho de incoerências, diálogos e opiniões jazem na solidão do isolamento, o choro verte espontaneamente em lágrimas gélidas, o tempo furta sorrateiramente  à liberdade de ser ou não ser, os fragmentos da alma são espalhados em caminhos sem destinos, os sonhos são enterrados em ruínas seculares de olhares sem brilho.
Como sair de uma situação onde o espelho é reflexo de dores consentidas e os impulsos são impaciências tresloucadas? Onde os sorrisos são levados por ondas mortais de dúvidas? Onde a inutilidade mora no ócio de abismo do medo e a verdade sutilmente foi desvendada pela ilusão? Ah, como viver no marasmo da apatia de dias sem afeto? Onde está a flexibilidade dos jardins? Quantas dormências nos desejos secretos? Quantas promessas ficam no “não merece”? --- Quantas perguntas...

Dila Anizete


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